Adélia Prado, por quem tenho a mais profunda admiração e respeito. Criei coragem, entreguei a ela os meus poemas e saí pelas ruas feliz da vida com esse encontro tão especial para mim. Agora, que estou publicando o meu livro, quero render a ela minha homenagem publicando um poema seu aqui no blog. É difícil para mim escolher um, pois gosto de quase todos dela. Mas neste abaixo, há um verso de que eu gosto de modo especial por ser uma grande verdade: "aprendendo de vez que se deve esperar biblicamente pela hora das coisas". Obrigada, Adélia!
Podei a roseira no momento certo
e viajei muitos dias,
aprendendo de vez
aprendendo de vez
que se deve esperar biblicamente
pela hora das coisas.
Quando abri a janela, vi-a,
como nunca a vira
constelada,
os botões,
alguns já com rosa- pálido
espiando entre as sépalas,
jóias vivas em pencas.
Minha dor nas costas,
meu desaponto com os limites do tempo,
o grande esforço para que me entendam
pulverizam-se
diante do recorrente milagre.
Maravilhosas faziam-se
as cíclicas perecíveis rosas.
Ninguém me demoverá
do que de repente soube
à margem dos edifícios da razão:
a misericórdia está intacta,
vagalhões de cobiça,
punhos fechados,
altissonantes iras,
nada impede ouro de corolas
e acreditai: perfumes.
Só porque é setembro.
Mesmo de longe, compartilho com você a emoção do lançamento do seu livro, tão desejado e esperado e que veio "biblicamente na hora certa" da sua vida! Curta esta emoção ao máximo!
ResponderExcluirBeijos, Clau.