quarta-feira, 9 de setembro de 2009

Ausência

Há uma semana atrás, este meu querido amigo aí da foto, o Lazinho, foi para o andar de cima, encantou-se, como diria Guimarães Rosa. Uma pessoa tão especial que eu fiquei me perguntando como lidar com a imensa falta que ele vai fazer.
E foi neste poema de Drummond que eu encontrei a melhor resposta.

Ausência

Por muito tempo achei que a ausência é falta.
E lastimava, ignorante, a falta.
Hoje não a lastimo.
Não há falta na ausência.
A ausência é um estar em mim.
E sinto-a, branca, tão pegada, aconchegada nos meus braços,
que rio e danço e invento exclamações alegres,
porque a ausência, essa ausência assimilada,
ninguém a rouba mais de mim.

Carlos Drummond de Andrade


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