Páginas de outono
O que eu gosto no outono,
é qualquer coisa de desalinho
e desalento.
É a supremacia do vento
sobre as folhas passadas,
sobre as páginas viradas.
É um desapego,
um despedir-se,
estendendo um tapete
de folhagem,
por onde o futuro,
triunfante,
desfila sua nova
roupagem.
O outono tem, sim,
qualquer coisa
de mutante.
É um desvencilhar-se,
para seguir
adiante.
Mara Senna
poema publicado na Antologia do Premio SESC de Poesia Carlos Drummonde de Andrade
- edição 2010 -
e estará também em meu próximo livro Ensaios da tarde
Poesia linda! É exatamente a tradução do outono, é o apejo que nos apega
ResponderExcluirObrigada,um abraço.
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