Fabrício Corsaletti foi meu afilhado da Feira do Livro deste ano e, além do escritor jovem e talentoso, tive a oportunidade de conhecer uma pessoa extremamente simples e adorável. Valeu a pena.
Quero deixar registrado aqui um dos seus mais lindos poemas, que faz parte do seu mais recente livro Esquimó (Companhia das Letras).
Seu nome
Se eu tivesse um Bar ele teria seu nome;
Se eu tivesse um barco ele teria seu nome,
Se eu comprasse uma égua daria a ela seu nome;
Minha cadela imaginaria tem o seu nome;
Se eu enlouquecer passarei as tardes repetindo seu nome;
Se eu morrer velhinho, no suspiro final balbuciarei o seu nome;
Se for assassinado com a boca cheia de sangue gritarei o seu nome;
Se encontrarem o meu corpo boiando no mar, no meu bolso haverá um bilhete com o seu nome;
Se eu me suicidar, ao puxar o gatilho pensarei no seu nome;
A primeira garota que beijei tinha o seu nome;
Na sétima série eu tinha duas amigas com o seu nome;
Antes de você tive três namoradas com o seu nome;
Na rua há mulheres que parecem ter o seu nome;
Na locadora que freqüento tem uma moça com o seu nome;
Às vezes as nuvens quase formam o seu nome;
Olhando as estrelas eu sempre consigo desenhar o seu nome;
O ultimo verso do famoso poema de Eloá poderia muito bem ser o seu nome;
Apolineris escreveu poemas a lua porque na loucura da guerra não conseguia lembrar o seu nome;
Não entendo porque Chico Buarque não compôs uma musica para o seu nome;
Se eu Fosse um travesti usaria o seu nome;
Se um dia eu mudar de sexo adotarei o seu nome;
Minha mãe me contou que se eu tivesse nascido menina teria o seu nome;
Se eu tiver uma filha ela terá o seu nome;
Minha senha do emai-l já foi o seu nome;
Minha senha do banco é uma variação do seu nome;
Tenho pena dos seus filhos porque em geral dizem mãe ao invés do seu nome;
Tenho pena dos seus pais porque em geral dizem filha ao invés do seu nome;
Tenho muita pena dos seus ex-maridos porque associam o termo ex-mulher ao seu nome;
Tenho inveja do Oficial de Registro que datilografou pela primeira vez o seu nome;
Quando fico bêbado falo muito o seu nome;
Quando estou sóbrio me controlo para não falar demais o seu nome;
É difícil falar de você sem mencionar o seu nome;
Uma vez sonhei que tudo no mundo tinha o seu nome;
Coelho tinha o seu nome, xícara tinha o seu nome, teleférico tinha o seu nome;
No índice aromático da minha biografia, haverá milhares de ocorrências do seu nome;
Na falta de corda para onde olha o luthier se não para o infinito do seu nome;
Algumas professoras da USP seriam menos amargas se tivessem o seu nome;
Detesto o trabalho porque me impede de concentrar no seu nome;
Cabala é uma palavra linda, mas não chega aos pés do seu nome;
No cabo da minha bengala gravarei o seu nome;
Não posso ser Niilista enquanto existir o seu nome;
Não posso ser Anarquista sem suplicar a declaração do seu nome;
Não posso ser Comunista se tiver que compartilhar o seu nome;
Não posso ser Fascista se não quero impor a outros o seu nome;
Não posso ser capitalista se não desejo nada alem do seu nome;
Quando eu saí da casa dos meus pais fui atrás do seu nome;
Morei três anos num bairro que tinha o seu nome;
Espero nunca deixar de te amar para não esquecer o seu nome;
Espero que você nunca me deixe para eu não ser obrigado a esquecer o seu nome;
Espero nunca te odiar para não ter que odiar o seu nome;
Espero que você nunca me odeie para eu não ficar arrasado ao ouvir o seu nome;
A literatura não me interessa tanto quanto o seu nome;
Quando a poesia é boa é como o seu nome;
Quando a poesia é ruim tem algo do seu nome;
Estou cansado da vida, mas isso não tem nada a ver com o seu nome;
Estou escrevendo o 58º verso sobre o seu nome;
Talvez eu não seja um poeta a altura do seu nome;
Por via das duvidas vou acabar o poema sem dizer explicitamente o seu nome."
Assista Fabrício lendo este poema:http://www.youtube.com/watch?v=riEa99N6vZU
http://lacajitadelasrimas.blogspot.com.ar/2014/05/rima-poetas-paulistas-en-la-feria-del.html
ResponderExcluirIERNES, 2 DE MAYO DE 2014
RIMA; POETAS PAULISTAS EN LA FERIA DEL LIBRO
RIMA: POETAS PAULISTAS EN LA FERIA DEL LIBRO (REPÚBLICA ARGENTINA 1 de mayo 2014)
En la feria, dos paulistas
de poesías localistas
nos leyeron respetuosos
tímidos pero animosos
desplegaron su universo:
de un inglés que le era adverso
el calor con sus mosquitos
y los exóticos ritos
de BRASIL tan practicados
que volvieron agotados
todos sus acompañantes
desventuras de viajantes
y el exilio de VALLEJO
dolorido hasta el pellejo
nos narró ALBERTO MARTINS
con ciertos aires de teens
de CAZUZA y de GIRONDO
le salió rico y redondo
La gran SOPA DE LENTEJAS
poema que alza las cejas
por lo risueño y nutricio
de CORSALETTI FABRICIO
¡ CRISTIAN qué bien recitados¡
nos quedamos encantados
convidaron cafecitos
un stand con angelitos
del SARAOS y candor
magú trench de bassetti
ayer 1 de mayo de 2014 en la feria del libro de Buenos aires, leyeron a las 16.30 hs poesías de poetas paulistas, todas hermosas. las leyó traducidas Cristian DI NAPOLI/////// y nos dieron café gratis (rico)////// fuímos a la feria con mi amiga SILVIA SÁNCHEZ URITE, en algunos stands coincidíamos en intereses (por temas y ofertas, jaja) en otros nos tironéabamos, y en algunos nos separamos. Pero ambas llevamos las ofertas de los libros de mandalas de las ediciones LEA (yo ya los hice casi todos, y varias veces) y por mi parte le compré a FER un librito sobre meditacíon de HASTINAPURA que espero lea (ya tiene una colección pero practica poco)////// vimos todos, CORREGIDOR, GALERNA, sobre BUDISMO, LA NACIÓN, CLARÍN, EUDEBA, LOSADA, PAIDOS, todos, todos, todos. Pero yo sugiero que para el año que viene, todos los stand que son de servicios a la comunidad o bizarros, ej: UPCN, ATE, POLICÍA METROPOLITANTA, FEDERAL, EXTRATERRESTRE, MUNICIPALIDAD DE BUENOS AIRES o de SAN MARTÍN, etc, etc. Los pongan a todos juntos en un mismo stand, con un escritorio chico y una mini pc para cada uno (que con eso sobra) y que en espacios libres pongan sillas en pasillos porque es agotador caminar tanto y no poder sentarse, lo mismo al aire libre, pongan sillas piensen en la gente grande (la mayoría). Quise comprar los de CORREGIDOR pero no llegué al monto, y las novelas de CHICO BUARQUE del stand paulista no están traducidas (y son inaccesibles para mi bolsillo). Me gustaría volver para oir a más autores brasilleños, por ejemplo ANTUNES, y hubiera querido comprar algo de SHIRLEY SOUSA y de la vieja CLARICE LISPECTOR, bue, bendiciones
POR FAVOR mándenle este comentario a FABRICIO CORSALETTI y a ALBERTO MARTINS
Si, lo enviarei para ele com mucho gosto
ResponderExcluirSoy poeta tambien e tengo mis poemas aca em blog e em mi pagina de Facebook. www.facebook/poetamarasenna.
Abrazos