terça-feira, 20 de dezembro de 2011

Um poema de Natal - Mara Senna

Um poema da Natal

Se a data é bonita,
se o clima é de presentes,
por que insistem em doer em mim
as ausências?
Ah, danado de coração humano...
que quer o que não tem,
sofre pelo que não pode mais ter,
sem se dar conta de que,
no fundo,
jamais perde aquilo que amou de verdade.
Ah, danado de coração humano...
sempre faminto do alimento
que não tem,
sempre insatisfeito com o muito que ainda lhe sobra.
Ah, danado de coração humano...
que pensa ser dono de tudo
e não se dá conta de que tudo lhe é emprestado.
Sem se dar conta de que lhe é oferecida,
de bandeja,
a Eternidade.

Mara Senna

Um comentário:

  1. Adorei,muito lindo!!!Na ânsia do querer sempre...,esquecemos de viver o hoje e não notamos mais o pulsar forte do coração ao vermos cada amanhecer.

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