Penélope
Espero-te bebendo aos goles
desta taça de paciência e
doçura.
Do fel,
já bebi antes num só trago
e carrego em mim o seu
estrago.
A aranha, que ali tece
ininterruptamente
a sua teia,
ri de mim,
que desmancho mais uma vez
a colcha de Penélope.
Não me perdoarão quando
descobrirem
o meu ardil.
Nem quando souberem que meu
peito
ainda arde
à espera de ti, impossível
Ulisses.
Eu também tenho cá
estas minhas tolices...
Mara Senna
em Ensaios da Tarde
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