Bem-vindo(a) ao meu blog! Sou Mara Senna. A poesia é o meu ofício, minha virtude e o meu vício, meu fim e meu início.Meu recomeço. Um desejo que não me larga, um amor que eu não esqueço. Uma dor comprida, uma alegria vivida, uma saudade sentida, uma palavra sufocada. A poesia em mim é tudo ou nada.
quinta-feira, 30 de junho de 2011
segunda-feira, 27 de junho de 2011
Frio
"E sou meu próprio frio que me fecho
Corto o frio da folha. Sou teu frio.
E sou meu próprio frio que me fecho
longe do amor desabitado e líquido,
amor em que me amaram, me feriram
sete vezes por dia em sete dias
de sete vidas de ouro,
amor, fonte de eterno frio,
minha pena deserta, ao fim de março,
amor, quem contaria?
E já não sei se é jogo, ou se poesia."
Carlos Drummond de Andrade
em Elegia
em Elegia
sexta-feira, 17 de junho de 2011
Enguiço - Flora Figueiredo
Enguiço
Eis um amor que bate à porta
em hora imprópria.
Ousado, liga a lâmpada frouxa,
joga a trouxa de roupa ainda manchada
do sangue das costas lanhadas.
Impõe cadeado no portão,
como se não fosse sair mais,
caminha decidido sobre minha paz.
Esse temido amor de hora errada
já vem assobiando pelo corredor.
O trinco da porta é fraco
e não sustenta;
a oração é rala e pouco agüenta,
o medo é pequeno e permissivo.
A tal amor que chega inoportuno,
eu me condeno.
E porque me condeno é que me sinto vivo.
Eis um amor que bate à porta
em hora imprópria.
Ousado, liga a lâmpada frouxa,
joga a trouxa de roupa ainda manchada
do sangue das costas lanhadas.
Impõe cadeado no portão,
como se não fosse sair mais,
caminha decidido sobre minha paz.
Esse temido amor de hora errada
já vem assobiando pelo corredor.
O trinco da porta é fraco
e não sustenta;
a oração é rala e pouco agüenta,
o medo é pequeno e permissivo.
A tal amor que chega inoportuno,
eu me condeno.
E porque me condeno é que me sinto vivo.
Flora Figueiredo
segunda-feira, 13 de junho de 2011
domingo, 12 de junho de 2011
sábado, 11 de junho de 2011
Amor Feinho - Adélia Prado
Amor Feinho
Eu quero amor feinho.
Amor feinho não olha um pro outro.
Uma vez encontrado, é igual fé,
não teologa mais.
Duro de forte, o amor feinho é magro, doido por sexo
e filhos tem os quantos haja.
Tudo que não fala, faz.
Planta beijo de três cores ao redor da casa
e saudade roxa e branca,
da comum e da dobrada.
Amor feinho é bom porque não fica velho.
Cuida do essencial; o que brilha nos olhos é o que é:
eu sou homem você é mulher.
Amor feinho não tem ilusão,
o que ele tem é esperança:
eu quero amor feinho.
Eu quero amor feinho.
Amor feinho não olha um pro outro.
Uma vez encontrado, é igual fé,
não teologa mais.
Duro de forte, o amor feinho é magro, doido por sexo
e filhos tem os quantos haja.
Tudo que não fala, faz.
Planta beijo de três cores ao redor da casa
e saudade roxa e branca,
da comum e da dobrada.
Amor feinho é bom porque não fica velho.
Cuida do essencial; o que brilha nos olhos é o que é:
eu sou homem você é mulher.
Amor feinho não tem ilusão,
o que ele tem é esperança:
eu quero amor feinho.
sexta-feira, 10 de junho de 2011
Todo o sentimento - Chico Buarque
Todo o Sentimento
Preciso não dormir
Até se consumar
O tempo da gente.
Preciso conduzir
Um tempo de te amar,
Te amando devagar e urgentemente
Até se consumar
O tempo da gente.
Preciso conduzir
Um tempo de te amar,
Te amando devagar e urgentemente
Pretendo descobrir
No último momento
Um tempo que refaz o que desfez,
Que recolhe todo sentimento
E bota no corpo uma outra vez.
No último momento
Um tempo que refaz o que desfez,
Que recolhe todo sentimento
E bota no corpo uma outra vez.
Prometo te querer
Até o amor cair
Doente, doente...
Prefiro, então, partir A tempo de poder
A gente se desvencilhar da gente.
Até o amor cair
Doente, doente...
Prefiro, então, partir A tempo de poder
A gente se desvencilhar da gente.
Depois de te perder,
Te encontro, com certeza,
Talvez num tempo da delicadeza,
Onde não diremos nada;
Nada aconteceu.
Apenas seguirei
Como encantado ao lado teu.
Te encontro, com certeza,
Talvez num tempo da delicadeza,
Onde não diremos nada;
Nada aconteceu.
Apenas seguirei
Como encantado ao lado teu.
Composição : Chico Buarque e C. Bastos
terça-feira, 7 de junho de 2011
Poesia no Salão de Ideias da Feira do Livro de Ribeirão Preto
Foi ótimo o nosso Salão de Ideias na Feira do Livro. Uma hora deliciosa de troca de emoções que só a poesia pode proporcionar. Manhã repleta de amigos
Nesta foto, as poetisas que participaram comigo: à minha direta, Cecília Figueiredo e Cléo Reis (mediadora) e à esquerda Eliane Ratier.
Deixo para vocês, o poema com que encerrei a minha fala no Salão de Ideias:
Perdas e ganhos
Pais, em geral, vão primeiro.
Quisera não perdê-los...
Por que então amá-los só depois?
Filhos e sobrinhos
Filhos e sobrinhos
quase sempre vão depois.
Quisera vivê-los...
Por que, desde agora, não fazê-lo?
Irmãos, aos poucos, todos se vão.
Irmãos, aos poucos, todos se vão.
Subtração.
Por que não viver em união?
Cônjuges,
Cônjuges,
e se fossem juntos embora?
Muita fatalidade...
Melhor ser feliz, desde agora.
Amigos, se não nos restam,
Amigos, se não nos restam,
melhor ir correndo.
Sem eles,
o que aqui vou ficar fazendo?
Mas se eu for primeiro,
Mas se eu for primeiro,
antes de todos,
por favor, lá me encontrem.
Serei pura saudade
desde ontem.
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