quarta-feira, 30 de junho de 2010

foto: Carmen Fanganiello

"Mas não sou completa, não.
Completa lembra realizada.
Realizada é acabada.
Acabada é o que não se renova
a cada instante da vida e do mundo.
Eu vivo me completando...
mas falta um bocado”.

Clarice Lispector

terça-feira, 29 de junho de 2010

Marina Colasanti

 Mulher lendo - Pablo Picasso

Preciso ler um bom poema antes
de dormir
antes que a noite encerre o
diário inventário das lembranças
antes que o sono cale boca e olhar, antes
que o prumo caia
horizontal.
Preciso ler um bom poema antes
que seja tarde
que fique escuro
que chegue o frio.
Ler um bom poema
antes que a morte venha
e escreva o seu.

Marina Colasanti

"Quando nada é certo, tudo é possível."

Margareth Drabble, escritora britânica

segunda-feira, 28 de junho de 2010

Preguiça

Mas é fato, ando com preguiça de interpretar
o mundo, de entender as pessoas, de procurar os sete erros.
Gostaria de ter todas as respostas na última pagina,
de ter um manual de atitudes sensatas,
ter o pensamento voltado pra Meca.
Queria que houvesse um serviço de telessoluções
entregues a domicílio em menos de meia hora.
Que gorjeta boa eu daria!

Martha Medeiros

domingo, 27 de junho de 2010

Rosto de Ti - Mario Benedetti

Rosto de ti

Tenho uma solidão
tão concorrida
tão cheia de nostalgias
e de rostos teus
de adeuses faz tempo
e beijos bem vindos
de primeiras de troca
e de último vagão.

Tenho uma solidão
tão concorrida
que posso organizá-la
como uma procissão
por cores
tamanhos
e promessas
por época
por tato e sabor.

Sem um tremer de mais
me abraço a tuas ausências
que assistem e me assistem
com meu rosto de ti.
Estou cheio de sombras
de noites e desejos
de risos e de alguma maldição

Meus hóspedes concorrem
concorrem como sonhos
com seus rancores novos
sua falta de candura
eu lhe ponho uma vassoura
atrás da porta
porque quero estar só
com meu rosto de ti.

Porém o rosto de ti
olha a outra parte
com seus olhos de amor
que já não amam
como vives
que buscam a sua fome
olham e olham
e apagar a jornada.

As paredes se vão
fica a noite
as nostalgias se vão
não fica nada.

Já meu rosto de ti
fecha os olhos.

E é uma solidão
tão desolada.

Mario Benedetti
(Tradução de Maria Teresa Almeida Pina)

sexta-feira, 25 de junho de 2010

Vinho doce - Mara Senna

Vinho doce

Amor eterno.
Vida efêmera.
O amor transborda pela borda
do copo da vida.
Bebemos só alguns goles há uns tempos,
não soubemos aproveitar a bebida.
Se hoje somos mais amargos,
é porque desperdiçamos
o doce vinho da vida.

Mara Senna

8 Festival de Cinema de Ribeirão Preto

A 8a. edição do Festival de Cinema de Ribeirão Preto, promovida pela São Paulo Film Commission, mantenedora dos Estúdios Kaiser de Cinema, começou ontem com a avant premiére do magnífico "O Segredo dos Seus Olhos" filme de Juan José Campanella (Espanha, 2009) ganhador do Oscar de melhor fime estrangeiro.
 Ao todo, serão sete curtas e sete longas metragens  exibidos nas salas do Cinemark, no Novo Shopping. As sessões gratuitas acontecem até quinta-feira (1º de julho), às 19h e às 22h.

Entre os destaques estão o último filme do diretor Woody Allen, “Tudo Pode Dar Certo”; o vencedor do Oscar de Melhor Filme Estrangeiro, “O Segredo dos seus Olhos”, do espanhol Juan Jose Campanella; “A Fita Branca”, de Michael Haneke; o filme mexicano “O Estudante”, de Roberto Girault; e o nacional vencedor do Festival de Paulínia, “Antes que o Mundo Acabe”, de Ana Luiza Azevedo.
Confira a excelente programação do festival no link abaixo:
http://www.aprex.com.br/link_view_novo.php?iem=a2b4e0458c450e804137a95766842eafd1ef21dbcb9545ba78a85f05d314e6ef&cmd=98d12f57966dcf26b44e4e6e9ace450d5c4c39fe7c30ed129627d301c1ea07c0

O Amor Antigo - Carlos Drummond de Andrade

O Amor Antigo

O amor antigo vive de si mesmo,
não de cultivo alheio ou de presença.
Nada exige, nem pede. Nada espera,
mas do destino vão nega a sentença.

O amor antigo tem raízes fundas,
feitas de sofrimento e de beleza.
Por aquelas mergulha no infinito,
e por estas suplanta a natureza.

Se em toda parte o tempo desmorona
aquilo que foi grande e deslumbrante,
o antigo amor, porém, nunca fenece
e a cada dia surge mais amante.

Mais ardente, mas pobre de esperança.
Mais triste? Não. Ele venceu a dor,
e resplandece no seu canto obscuro,
tanto mais velho quanto mais amor.

Carlos Drummond de Andrade
 in Amar se aprende amando

quarta-feira, 23 de junho de 2010

Pudesse eu - Sophia de Mello Breyner

Pudesse eu

Pudesse eu não ter laços nem limites
Ó vida de mil faces transbordantes
Para poder responder aos teus convites
Suspensos na surpresa dos instantes!

Sophia de Mello Breyner

terça-feira, 22 de junho de 2010

"Há quem diga que todas as noites
são de sonhos.
Mas há também quem garanta que nem todas,
só as de verão.
No fundo, isto não tem muita importância.
O que interessa mesmo não é a noite em si,
são os sonhos.
Sonhos que o homem sonha sempre,
em todos os lugares,
em todas as épocas do ano,
dormindo ou acordado."

William Shakespeare

Nossa Aldeia - Feira do Livro


Uma das inovações  muito bem- vindas da Feira do Livro deste ano, foi o projeto Nossa Aldeia que homenageou alguns escritores locais de destaque, através da leitura de seus textos por atores e atrizes especialmente convidados. O projeto aconteceu no decorrer da Feira, no Theatro Pedro II.
Os textos de Isaías Pessoti foram lidos pela atriz Cristina Pereira.
Os de Menalton Braff foram lidos pela atriz Vera Fajardo.
Os de Lucília Junqueira de Almeida Prado pela atriz e jornalista Bianca Ramoneta.
Os de Edmundo Raspanti pela atriz Débora Duboc.
Os textos de Cecília Figueiredo e Antônio Carlos Tórtoro pelo ator Rafael Ponzi.
Os textos de Alexandre Azevedo,  foram lidos pelo músico, ator e escritor, Jorge Mautner.
Os de Luiz Puntel pela atriz Regina França.
Os textos de Rosa Cosenza pela atriz Patrícia Selonk
e os de Ely Vieitez Lisboa pela atriz Walderez de Barros.
Todas homenagens mais do que merecidas. Parabéns aos escritores e parabéns à Feira por essa iniciativa de reconhecimento dos valores locais!

segunda-feira, 21 de junho de 2010

"O que as vitórias têm de mau é que não são definitivas. O que as derrotas têm de bom é que também não são definitivas."

José Saramago

domingo, 20 de junho de 2010

Mário Sérgio Cortella na Feira do Livro

Com lucidez e abrangência e o senso de humor que lhe é peculiar, o filósofo e educador Mário Sérgio Cortella participou do Salão de Ideias  que aconteceu sexta-feira (18/6).
Para responder à primeira pergunta da mediadora Adriana Silva, secretária Municipal de Cultura de Ribeirão Preto, sobre como começou sua paixão por literatura ele explicou o conceito de paixão e amor. "Minha paixão por literatura começou aos 7 anos, quando tive hepatite. Como eu não tinha nada para fazer, passei a ler muito. Mas hoje eu tenho amor por literatura, porque amor é organizado. Por isso, hoje em dia, eu não leio qualquer coisa como fazia antes", explicou Cortella.
Em seguida, ele contou que foi o contato com Igreja Católica que o fez se interessar por Teologia e Filosofia.
Cerca de 400 pessoas assistiram ao Salão de Ideias no Teatro Pedro II
A citação a seguir é de um dos seus livros o "Não Nascemos Prontos – Provocações Filosóficas":

"O grande desafio humano é resistir à sedução do repouso, pois nascemos para caminhar e nunca para nos satisfazer com as coisas como estão. A insatisfação e um elemento indispensável para quem, mais do que repetir, deseja criar, inovar, refazer, modificar, aperfeiçoar.
Assumir esse compromisso é aceitar o desafio de construir uma existência menos confortável, porém ilimitada e infinitamente mais significativa e gratificante."

sexta-feira, 18 de junho de 2010

Passado, Presente, Futuro - José Saramago

Faleceu hoje, aos 87 anos, José Saramago, único escritor de Língua Portuguesa a receber o Prêmio Nobel de Literatura.
 A ele, a minha homenagem:

Passado, Presente, Futuro

Eu fui. Mas o que fui já me não lembra:
Mil camadas de pó disfarçam, véus,
Estes quarenta rostos desiguais.
Tão marcados de tempo e macaréus.

Eu sou. Mas o que sou tão pouco é:
Rã fugida do charco, que saltou,
E no salto que deu, quanto podia,
O ar dum outro mundo a rebentou.

Falta ver, se é que falta, o que serei:
Um rosto recomposto antes do fim,
Um canto de batráquio, mesmo rouco,
Uma vida que corra assim-assim.

José Saramago


quinta-feira, 17 de junho de 2010

Assombros - Mara Senna

Assombros

A minha sombra
é sempre maior do que eu.
O sol, do lado de lá,
faz-me pensar:
foi minha sombra que cresceu
ou eu que não a soube alcançar?

Mara Senna
em Luas Novas e Antigas

Vencedores do Prêmio Ziraldo

O nosso colega das letras, o poeta Mário Massari (foto) de Sertãozinho-SP foi o vencedor do Prêmio Ziraldo na categoria adulto modalidade poema. Mário é o atual presidente da Academia Sertanezina de Letras. Parabéns, Mário! 
Em 2º lugar- Nelson Virgílio de Carvalho - Brasília-DF e  em 3º lugar- Maria Apparecida S. Coquemala -Itararé-SP

As demais categorias adulto tiveram dois premiados de Ribeirão Preto.
MODALIDADE CRÔNICA
1º lugar- Jorge Gonçalves de Oliveira Junior - São Paulo-SP
2º lugar- Cláudia Maria Cantarella Silva- Ribeirão Preto-SP
3º lugar- Maria das Dores Oliveira- Ipatinga-MG

MODALIDADE CONTO
1º lugar- Reginaldo Costa de Albuquerque - Campo Grande-MS
2º lugar- Marcos Correia da Silva - Indaiatuba-SP
3º lugar Jefferson Cassiano Oliveira de Souza - Ribeirão Preto-SP
Parabéns a todos!

quarta-feira, 16 de junho de 2010

Site em homenagem a Mandela

A escritora ribeirão-pretana Cléo Reis acaba de inaugurar um belo site cujo objetivo maior é homenagear o grande Nelson Mandela.  Cléo escreveu o livro SOLIDÃO em sua homenagem.
O livro foi escrito quando Nelson R Mandela estava preso. Foi publicado no mesmo ano de sua libertação-1990, e integralmente dedicado ao que viria a ser o Grande Líder Pacifista da África.
No livro anterior da autora o primeiro poema também foi dedicado aos negros. A Autora filosofa e extrapola a beleza da lírica e do romantismo. O seu trabalho segue uma coerência na luta contra o racismo e preconceitos, como a sua Biografia.
O site traz a biografia e a obra da autora que, além disso, generosamente reservou um espaço para os poemas de seus amigos escritores de Ribeirão.
Vale a pena conferir em http://www.cleoreis.com.br/

Fabrício Corsaletti - Seu nome

Fabrício Corsaletti foi meu afilhado da Feira do Livro deste ano e, além do escritor jovem e talentoso, tive a oportunidade de conhecer uma pessoa extremamente simples e adorável. Valeu a pena.
Quero deixar registrado aqui um dos seus mais lindos poemas, que faz parte do seu mais recente livro Esquimó (Companhia das Letras).

Seu nome

Se eu tivesse um Bar ele teria seu nome;
Se eu tivesse um barco ele teria seu nome,
Se eu comprasse uma égua daria a ela seu nome;
Minha cadela imaginaria tem o seu nome;
Se eu enlouquecer passarei as tardes repetindo seu nome;
Se eu morrer velhinho, no suspiro final balbuciarei o seu nome;
Se for assassinado com a boca cheia de sangue gritarei o seu nome;
Se encontrarem o meu corpo boiando no mar, no meu bolso haverá um bilhete com o seu nome;
Se eu me suicidar, ao puxar o gatilho pensarei no seu nome;
A primeira garota que beijei tinha o seu nome;
Na sétima série eu tinha duas amigas com o seu nome;
Antes de você tive três namoradas com o seu nome;
Na rua há mulheres que parecem ter o seu nome;
Na locadora que freqüento tem uma moça com o seu nome;
Às vezes as nuvens quase formam o seu nome;
Olhando as estrelas eu sempre consigo desenhar o seu nome;
O ultimo verso do famoso poema de Eloá poderia muito bem ser o seu nome;
Apolineris escreveu poemas a lua porque na loucura da guerra não conseguia lembrar o seu nome;
Não entendo porque Chico Buarque não compôs uma musica para o seu nome;
Se eu Fosse um travesti usaria o seu nome;
Se um dia eu mudar de sexo adotarei o seu nome;
Minha mãe me contou que se eu tivesse nascido menina teria o seu nome;
Se eu tiver uma filha ela terá o seu nome;
Minha senha do emai-l já foi o seu nome;
Minha senha do banco é uma variação do seu nome;
Tenho pena dos seus filhos porque em geral dizem mãe ao invés do seu nome;
Tenho pena dos seus pais porque em geral dizem filha ao invés do seu nome;
Tenho muita pena dos seus ex-maridos porque associam o termo ex-mulher ao seu nome;
Tenho inveja do Oficial de Registro que datilografou pela primeira vez o seu nome;
Quando fico bêbado falo muito o seu nome;
Quando estou sóbrio me controlo para não falar demais o seu nome;
É difícil falar de você sem mencionar o seu nome;
Uma vez sonhei que tudo no mundo tinha o seu nome;
Coelho tinha o seu nome, xícara tinha o seu nome, teleférico tinha o seu nome;
No índice aromático da minha biografia, haverá milhares de ocorrências do seu nome;
Na falta de corda para onde olha o luthier se não para o infinito do seu nome;
Algumas professoras da USP seriam menos amargas se tivessem o seu nome;
Detesto o trabalho porque me impede de concentrar no seu nome;
Cabala é uma palavra linda, mas não chega aos pés do seu nome;
No cabo da minha bengala gravarei o seu nome;
Não posso ser Niilista enquanto existir o seu nome;
Não posso ser Anarquista sem suplicar a declaração do seu nome;
Não posso ser Comunista se tiver que compartilhar o seu nome;
Não posso ser Fascista se não quero impor a outros o seu nome;
Não posso ser capitalista se não desejo nada alem do seu nome;
Quando eu saí da casa dos meus pais fui atrás do seu nome;
Morei três anos num bairro que tinha o seu nome;
Espero nunca deixar de te amar para não esquecer o seu nome;
Espero que você nunca me deixe para eu não ser obrigado a esquecer o seu nome;
Espero nunca te odiar para não ter que odiar o seu nome;
Espero que você nunca me odeie para eu não ficar arrasado ao ouvir o seu nome;
A literatura não me interessa tanto quanto o seu nome;
Quando a poesia é boa é como o seu nome;
Quando a poesia é ruim tem algo do seu nome;
Estou cansado da vida, mas isso não tem nada a ver com o seu nome;
Estou escrevendo o 58º verso sobre o seu nome;
Talvez eu não seja um poeta a altura do seu nome;
Por via das duvidas vou acabar o poema sem dizer explicitamente o seu nome."

Assista Fabrício lendo este poema:http://www.youtube.com/watch?v=riEa99N6vZU

terça-feira, 15 de junho de 2010

Dicas (idiossincráticas) dos escritores - Blog da Flip

Dicas (idiossincráticas) dos escritores - Blog da Flip

O jornal argentino La Nacion publicou recentemente uma matéria divertida, relacionando alguns escritores locais e suas manias na hora de escrever. Manias que também podem ser encaradas como dicas para escritores iniciantes ou em busca de um método. A verdade é que, a julgar pela diversidade de opções, pela total disparidade de hábitos, é melhor cada um desenvolver seu próprio jeito. De qualquer forma, não deixa de ser estimulante ver que gênios como Borges adotavam estratégias simples, quase pueris, como anotar seus sonhos de manhã. E que outros, como o iconoclasta argentino Fogwill, preferem não ter método nenhum, e assim confiar no caos do momento. Dê uma olhada em:
htp://www.lanacion.com.ar/nota.asp?nota_id=1274119

Pagu, paganel - Convite

Convite da organizadora do evento: Rayssa Ávila Valle(dê dois cliques para ampliar)

domingo, 13 de junho de 2010

Fabricio Corsaletti na Feira do Livro

“Escrevo
como quem constrói
um túnel transparente
para o vento
 como quem modela o vento
 como quem deseja
 ajudar
o vento
 a passar.”

Fabricio Corsaletti

Quero convidar a todos para prestigiarem Fabricio Corsaletti, este jovem talento da Literatura Brasileira. Com apenas 32 anos, Fabrício é poeta,cronista, autor de diversos livros, inclusive infanto -juvenis e, seu primeiro romance, 'Golpe de Ar', está entre os 50 finalistas do Prêmio Portugal Telecom de Literatura, ao lado de grandes nomes da literatura em língua portuguesa.
Recentemente, ele foi contratado como articulista da Folha de São Paulo.
Ele se apresentará no Salão de Ideias da Feira do Livro de Ribeirão Preto, amanhã, dia 14/06, segunda- feira, às 10:30 da manhã.
Compareçam, prestigiem!
Para conhecerem um pouco mais sobre o autor, cliquem no link abaixo:

sábado, 12 de junho de 2010

Li um dia - Florbela Espanca

Namorados  - Ismael Nery

Li um dia

Li um dia, não sei onde,
Que em todos os namorados
Uns amam muito, e os outros
Contentam-se em ser amados.

Fico a cismar pensativa
Neste mistério encantado...
Digo pra mim: de nós dois
Quem ama e quem é amado?

Florbela Espanca
(1894-1930)

Mais sobre Florbela Espanca em http://pt.wikipedia.org/wiki/Florbela_Espanca  

sexta-feira, 11 de junho de 2010

Show de Nana Caymmi na Feira do Livro

Nana Caymmi encerrou o seu belíssimo show de agora à noite na Esplanada do Teatro Pedro II com esta canção maravilhosa:

Resposta ao Tempo

Nana Caymmi
Composição: Aldir Blanc/Cristovão Bastos

Batidas na porta da frente
É o tempo
Eu bebo um pouquinho
Prá ter argumento
Mas fico sem jeito
Calado, ele ri
Ele zomba
Do quanto eu chorei
Porque sabe passar
E eu não sei
Num dia azul de verão
Sinto o vento
Há folhas no meu coração
É o tempo
Recordo um amor que perdi
Ele ri
Diz que somos iguais
Se eu notei
Pois não sabe ficar
E eu também não sei
E gira em volta de mim
Sussurra que apaga os caminhos
Que amores terminam no escuro
Sozinhos
Respondo que ele aprisiona
Eu liberto
Que ele adormece as paixões
Eu desperto
E o tempo se rói
Com inveja de mim
Me vigia querendo aprender
Como eu morro de amor
Prá tentar reviver
No fundo é uma eterna criança
Que não soube amadurecer
Eu posso, ele não vai poder
Me esquecer
Respondo que ele aprisiona
Eu liberto
Que ele adormece as paixões
Eu desperto
E o tempo se rói
Com inveja de mim
Me vigia querendo aprender
Como eu morro de amor
Prá tentar reviver
No fundo é uma eterna criança
Que não soube amadurecer
Eu posso, e ele não vai poder
Me esquecer
No fundo é uma eterna criança
Que não soube amadurecer
Eu posso, ele não vai poder
Me esquecer.

Ouça: http://www.youtube.com/watch?v=teUe7J_otSA&feature=related

quinta-feira, 10 de junho de 2010

Fabrício Carpinejar na Feira do Livro

Fabrício Carpinejar, escritor e poeta de Porto Alegre, premio Jabuti 2009, na categoria contos e crônicas com o livro “Canalha”, estará amanhã no dia 11 de junho, sexta feira, às 10:30 horas, no auditório Meira Junior.

Fabrício é um escritor de grande produção, escreve para revistas, e na mídia digital, blogs e twitter, além de participar de programas de rádio, saraus e bate papos literários por todo o Brasil.
Deixo aqui o link para que vocês possam conhecê-lo melhor.
http://www.carpinejar.blogspot.com/

Começa hoje a 10a. Feira do Livro de Ribeirão Preto



Começa hoje oficialmente às 17:00 horas, a 10a. Feira do Livro de Ribeirão Preto, com uma programação imperdível, que pode ser conferida no site www.feiradolivroribeirao.com.br .
Participem!
Para começar com o pé direito e bem mineiro, hoje às 21:00 tem um show maravilhoso com  Milton Nascimento, Lô Borges e Flávio Venturini.
Quero também comunicar para aqueles que se interessarem, que o meu livro LUAS NOVAS E ANTIGAS poderá ser adquirido na Feira, no Estande dos Autores Locais, (que ficará logo em frente ao Pedro II ) e na Livraria Paraler. Estarei no estande autografando nos intervalos das palestras dos autores. Será uma alegria recebê-los.

quarta-feira, 9 de junho de 2010

Serão Literário - Guiomar de Grammont


Muito proveitoso o Serão Literário de maio com a talentosa, inteligente e divertida mineira Guiomar de Grammont.
Graduada em História pela Universidade Federal de Ouro Preto, seguiu na cidade de origem com a especialização em Cultura e Arte Barroca no Instituto de Arte e Cultura. Em seguida, concluiu o mestrado em Filosofia na Universidade Federal de Minas Gerais e, em 1998, o doutorado em Literatura Brasileira na Universidade de São Paulo, sob orientação de João Adolfo Hansen.
Entre 1999 e 2000, partiu para a École des hautes études en sciences sociales em Paris, onde foi orientada pelo professor Roger Chartier.
Seus contos são baseados no "limite de prosa e poesia", ou seja, na "síntese poética ela procura configurar a intensidade da experiência de suas personagens" .
É idealizadora e organizadora do Fórum das Letras, realizado em Ouro Preto desde 2004, que ganhou "a dimensão de uma importante plataforma de lançamento de novas ideias, sintonizada com a mudança de fisionomia do panorama literário"[6], e curadora da Bienal do Livro de Minas Gerais, realizada em Belo Horizonte. Em 2007, foi a curadora do Café Literário da Bienal do Rio de Janeiro[8].
Em 2008, realizou, juntamente com Inês Pedrosa, o Letras em Lisboa, um encontro de escritores lusófonos. uma versão portuguesa do Fórum realizado em Ouro Preto.
Seu livro Aleijadinho e o aeroplano, baseado em sua tese de doutorado defendida na USP, "caiu como uma bomba em território mineiro" pelo teor revisionista e crítico à mistificação de Aleijadinho. Desde o lançamento passou a enfrentar "olhares oblíquos de críticos e colecionadores que, de uma hora para outra, viram cair por terra seu herói colonial disforme". Foi classificado por João Adolfo Hansen como "irônico, inteligente e corajoso".
É muito receber gente assim em Ribeirão.

José Miguel Wisnik


O músico, compositor, ensaísta e professor da disciplina de Teoria Literária Brasileira na USP, José Miguel Wisnik esteve em Ribeirão Preto para falar sobre seu livro “Veneno Remédio - O Futebol e o Brasil.
No livro, o autor apresenta um estudo sobre o futebol abordando questões políticas, sociais, econômicas e comportamentais a respeito do esporte e mostra o que faz desse jogo uma paixão de milhões de pessoas ao redor do mundo.
Wisnik já ganhou diversos prêmios no ramo da música, cinema e literatura, entre eles o de melhor trilha sonora para cinema, no Festival de Cinema do Ceará, o Prêmio Kikito, no Festival de Cinema de Gramado, e o Prêmio Jabuti na Câmara Brasileira do Livro.
Além disso, ele escreveu O Som e o Sentido - Uma Outra História da Música (Companhia das Letras, 1989) e Sem Receita - Ensaios e Canções (Publifolha, 2004). Gravou três discos solo e suas canções vêm sendo interpretadas por artistas como Caetano Veloso, Gal Costa, Djavan, Zélia Duncan, Maria Bethania, Ná Ozzetti, Zélia Duncan e Zizi Possi, entre outros.
Enfim um talento e tanto e, além disso, uma pessoa extremamente agradável de se conversar, como eu e alguns amigos tivemos oportunidade de fazê-lo tomando um chopp no Pinguim, uma das paixões de Wisnik em Ribeirão Preto.
Wisnik também é um grande fã do ex-jogador Sócrates, para quem compôs uma música.

terça-feira, 8 de junho de 2010

Saudação da saudade - Alice Ruiz

Saudação da saudade

Minha saudade
saúda tua ida
mesmo sabendo
que uma vinda
só é possível
noutra vida

Aqui, no reino
do escuro
e do silêncio
minha saudade
absurda e muda
procura às cegas
te trazer à luz

Ali, onde
nem mesmo você
sabe mais
talvez, enfim
nos espere
o esquecimento

Aí, ainda assim
minha saudade
te saúda
e se despede
de mim

Alice Ruiz

Mais sobre Alice Ruiz em http://pt.wikipedia.org/wiki/Alice_Ruiz

segunda-feira, 7 de junho de 2010


"O que não provoca minha morte faz com que eu fique mais forte."

Friedrich Nietzsche

quarta-feira, 2 de junho de 2010

A casa - Sophia de Mello Breyner

A casa

A casa que eu amei foi destroçada
A morte caminha no sossego do jardim
A vida sussurrada na folhagem
Subitamente quebrou-se não é minha

Sophia de Mello Breyner