sábado, 13 de agosto de 2011

De Repente - Mara Senna


De repente

Ninguém surge assim de repente...
Há que se tirar muitas camadas
antes de chegar ao âmago.
E lapidar muito mais para atingir
a intensidade,
a quintessência,
a plenitude
de quem vive
com excelência.

O pior é morrer sem surgir,
nascer e não se descobrir.
Viver com casca, máscara,
passar a vida inteira atrás do personagem.
E só se dar conta na hora derradeira.
E só neste momento compreender
que o dissimular
custou a graça de uma vida inteira.
É...
Ninguém surge assim de repente.
mas é de repente que se vai!


Mara Senna
in Ensaios da Tarde ( a publicar)

Um comentário:

  1. mara ,que coisa linda esse poema.
    É daqueles que tocam bem no fundo da alma.

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