domingo, 11 de outubro de 2009

Desencontrários - Paulo Leminsky

Desencontrários


 Mandei a palavra rimar,
ela não me obedeceu.
Falou em mar, em céu, em rosa,
em grego, em silêncio, em prosa.



Parecia fora de si,
a sílaba silenciosa.
Mandei a frase sonhar,
e ela se foi num labirinto.



Fazer poesia, eu sinto, apenas isso.
Dar ordens a um exército,
para conquistar um império extinto.



Nunca sei ao certo
se sou um menino de dúvidas
ou um homem de fé
certezas o vento leva
só dúvidas ficam de pé.




Paulo Leminsky
(1944-1989)
Mais sobre Paulo Leminski em http://pt.wikipedia.org/wiki/Paulo_Leminski

3 comentários:

  1. Que bom reencontrar Leminsky. Tinha que ser através de você. Certa vez comecei um livro de poemas com a epígrafe Paulo Leminsky. o título é:

    quem lê
    minsky
    quem não lê
    não minsky

    Seu blog continua maravilhoso. Seus poemas são ótimos!
    Traduzem a sensibilidade poética que envolve você continuamente.
    Grande abraço!
    Djalma

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  2. Obrigada,Djalma. Fico muito feliz em poder proporcionar bons momentos de poesia.
    Adorei o "quem lê minsky...", muito bom!
    Grande abraço para você.
    Mara

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  3. SIGO ESSE BLOG, POR CAUSA DAS POESIAS.....
    VC É MUITO SENSIVEL EM SUAS ESCOLHAS. PARABENS!!!!!

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