Restos, quem precisa deles?

Restos, quem precisa deles?

É sabido que até os restos do mais saboroso banquete não deixam de ser ser restos.
Restos da mais deliciosa comida estragam-se, azedam-se, podem até matar.
Então porque muitos fazem isto com a própria vida? Sim, tem gente que vive dos restos de um amor que foi maravilhoso como se isso fosse saudável. Ao invés de se alimentar de comida fresca, cheia de nutrientes, fica requentando um amor que passou, perdendo o sabor da vida.
Vivem nos dando conselhos para não guardarmos dentro de nós as mágoas, as raivas antigas, mas esqueceram-se de avisar que esses restos de momentos maravilhosos fazem tão mal quanto. Privam-nos do novo, isolam-nos da vida lá fora, não deixam ninguém mais chegar perto.
Lembranças boas são maravilhosas, mas são apenas lembranças. É a nossa história, o nosso passado. Vale para lembrar, aprender, mas não mais para consumir.
Há um milhão de possibilidades que a vida oferece; a vida não se repete, por isso é tão bonita.
Já cantava Lulu Santos: " nada do que foi será/ de novo do jeito que já foi um dia,/tudo passa, tudo sempre passará..."
Restos, seja do que for, jamais!
Vivamos a vida nova que se nos oferece a cada manhã!