domingo, 11 de dezembro de 2011

Sobre milhos, pamonhas e curaus

Sobre milhos, pamonhas e mingaus

O milho verde cozinhando na panela, o cheiro se espalhando pela casa e a minhas lembranças todas vindo à tona.
 Lembranças da época em que as pessoas colhiam os milhos em seus quintais, nas fazendas ou nos terrenos desocupados da cidade. As espigas eram bonitas, as colheitas fartas e as promessas de sabores eram irresistíveis.
Além da certeza de comer as espigas bem quentinhas com sal, queijo ou manteiga no fim da tarde, havia o prazer de ver as avós, as mães e as tias, diligentes, a fazer a pamonha e o 'mingau' (que é como se chama o curau em Minas Gerais); os quais também seriam devorados com mais prazer ainda. ...
Eram utilizados litros e mais litros de leite vindos da fazenda. Dava muito trabalho. Ralar o milho, coar, embrulhar as pamonhas... Deixar o curau esfriar, jogar a canela por cima. O aviso para não comer quente porque dava dor de barriga...
Era um ritual; um ritual que se perdeu no tempo, assim como se perderam esses cheiros e sabores da infância. Não que hoje não existam mais essas coisas; posso comprar milhos, pamonhas e mingaus (ou 'curau' na língua dos paulistas)na feira toda a semana.
O que não posso comprar é a solução para toda essa saudade que bate forte, aqui, bem dentro de mim. Saudade que faz encher a boca e os olhos de água.
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Mara Senna

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