terça-feira, 4 de dezembro de 2012

Saudade

 

Foto: Saudade

A saudade mora 
nestas caixas de guardados,
cheirando a naftalina,
entulhadas de vestidos 
de noiva e de formatura
que não servem mais na cintura.
Alimenta-se de restos, de vestígios
e de flores de sepultura.
Nunca é feliz: chora nos aniversários,
no Natal e no Ano Novo.
Vive fazendo perguntas sem respostas,
anda longas distâncias à procura de nada
e faz viagens imaginárias sem rumo algum.
A dor da saudade dói,
aguda ou crônica,
intermitente ou pulsante,
subliminar, quase anestesiada.
Mas dói.

Mara Senna no livro Luas Novas e Antigas

Ilustração: Duy Huynh
Ilustração: Duy Huynh

Saudade

A saudade mora
nestas caixas de guardados,
cheirando a naftalina,
entulhadas de vestidos
de noiva e de formatura
que não servem mais na cintura.
Alimenta-se de restos, de vestígios
e de flores de sepultura.
Nunca é feliz: chora nos aniversários,
no Natal e no Ano Novo.
Vive fazendo perguntas sem respostas,
anda longas distâncias à procura de nada
e faz viagens imaginárias sem rumo algum.
A dor da saudade dói,
aguda ou crônica,
intermitente ou pulsante,
subliminar, quase anestesiada.
Mas dói.

Mara Senna
 no livro Luas Novas e Antigas


2 comentários:

  1. A saudade as vezes é o único aconchego das horas solitárias e faz com que as lembranças nos acompanhe.
    Muito bonito Mara.
    Tenha uma linda tarde.

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    Respostas
    1. Ovbrigada, linda tarde para você também, Lourdinha. abraços.

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