domingo, 9 de dezembro de 2012

Madrugada

 
 

Foto: Madrugada

A madrugada é feito um óleo
que se derrama lento pelas saias da noite.
Nela procuram refúgio os insones,
os amantes, os poetas, os vigilantes.
Escorre silenciosa,
porém, às vezes cortada por um grito,
um gemido de prazer, um choro,
o latido do cão do vizinho,
o barulho do gato vira- lata,
o apito do guarda
ou por alguém que passa assobiando
debaixo da janela,
querendo plateia ou talvez companhia.
E quando, finalmente, o canto de um galo
vai avisando-lhe seu fim,
a madrugada se esvai, assim como veio,
suave e despretensiosa,
sutil e misteriosa,
deixando para trás algumas estrelas,
como garantia de voltar.

Mara Senna no livro Luas Novas e Antigas.
 

Madrugada

A madrugada é feito um óleo
que se derrama lento pelas saias da noite.
Nela procuram refúgio os insones,
os amantes, os poetas, os vigilantes.
Escorre silenciosa,
porém, às vezes cortada por um grito,
um gemido de prazer, um choro,
o latido do cão do vizinho,
o barulho do gato vira- lata,
o apito do guarda

ou por alguém que passa assobiando
debaixo da janela,
querendo plateia ou talvez companhia.
E quando, finalmente, o canto de um galo
vai avisando-lhe seu fim,
a madrugada se esvai, assim como veio,
suave e despretensiosa,
sutil e misteriosa,
deixando para trás algumas estrelas,
como garantia de voltar.

Mara Senna
no livro Luas Novas e Antigas.

 

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